AliBaba

AliBaba e os seus quarenta amigos, mais os que se vão juntando ao grupo, merecem uma atenção especial. Este é um observatório atento Às MANOBRAS.

2005-02-28

Desemprego

Aqui temos mais notícias sobre o desemprego. Preocupante.

2005-02-27

Indignidades

Muitos comentadores apressaram-se a considerar o abandono de Portas, da Presidência do PP, como um gesto nobre e digno. Não concordo com este ponto de vista. A rapidez da decisão de Portas e as dificuldades da sua substituição têm mais a ver com a rápida percepção de que vinham aí 4 anos de travessia do deserto. E Portas, que no passado criticou outros por abandonarem funções a meio do mandato, repete agora a receita que antes rejeitou. Ninguém no PP se quer submeter ao veredito popular e sacrificar nos próximos 4 anos . Quanto a mim a fuga de Portas mostra o seu lado camaleónico. Disfarçou-se de perdedor capaz do nobre gesto da abdicação. Indignidades à moda de uma direita sem princípios. Suprema ironia será não encontrarem nenhum distraído para o lugar, qual marionete tipo Manuel Monteiro.

Arrepiante

Experiências radiológicas, em crianças deficientes do Hospital de Sonoma nos EUA. Injectar gaz no crâneo e realizar radiografias experimentais, é um dos muitos exemplos, do que foi feito. As experiências, sabe-se agora, provocavam dores nas vítimas durante dias. Não se sabe é quanto contribuiram para a diminuição da esperança de vida das crianças e da sua qualidade de vida. A horrenda descoberta foi possível quando foi libertada documentação que permitiu às famílias e à comunicação social tomarem conhecimento destes crimes. O "60 minutos" realizou uma reportagem sobre este caso e a SIC está a transmiti-la neste fim de semana. Vimos a ponta do iceberg, falta ver o resto.

2005-02-25

Inevitavelmente( Ler )

Sobre o Pacto de Estabilidade houve quem defendesse , em tempo, a sua renegociação por forma a evitar o excessivo "aperto do cinto" a que foram sujeitos os protugueses à mão de Guterres, na ponta final do seu mandato, e Durão e Santana, nos mandatos seguintes. A renegociação, se bem conduzida, permitiria uma recuperação da economia portuguesa em condições mais favoráveis. Hoje, muitas vozes, reclamam a revisão do PEC, chegando a considerá-lo "estúpido". Sobre esta questão pode consultar-se, por exemplo, a intervenção da deputada Ilda Figueiredo no PE, a 3 de Outubro de 2001 . Inevitavelmente vamos ter uma revisão tardia e provavelmente insuficiente.

La vie en Rose numa maioria absoluta( Ler )

Não sei se vou conseguir registar nos próximos tempos este tipo de recuperações da tralha guterrista no seu pior estilo, mas convinha estar atento a este tipo de regresso em grande, surfando uma maioria absoluta. Vamos começar a perceber a verdadeira importância de uma maioria absoluta

Um beco sem saída( Ler )

Hoje no Afeganistão e amanhã no Iraque vamos verificando a irresponsabilidade da iniciativa norte-americana e inglesa. A recente viagem de Bush à Europa demonstrou quanto os norte-americanos estão desejosos de envolverem os europeus no pântano em que os EUA estão enterrados, e em que consomem larga fatia do seu orçamento. As despesas de guerra dos EUA subiram em flecha e nem o petróleo Iraquiano os compensa deste esforço. O desgaste é enorme e os EUA não descansarão enquanto não envolverem a Europa nas despesas de guerra. Se tal não acontecer a economia norte-americana vai sofrer as conseqências deste esforço e perder face à economia Europeia.

Desemprego em aceleração(aqui)

Mais números preocupantes e desta vez sobre o futuro próximo. Agricultura, pescas, têxteis, calçado, restauração etc etc, são áreas a alimentarem este problema muito sério do desemprego.

Desemprego em alta velocidade( Ler )

Os números do desemprego continuam a aumentar preocupantemente. O Governo Sócrates vai em breve apresentar o seu programa à Assembleia da República. Logo se verá a que distância se vai colocar das promessas que fez. Os 150000 mil empregos a criar em 4 anos, mais os 1000 empregos a criar no imediato para jovens licenceados, estão ainda bem frescos na nossa memória. Aguardemos atentos.

2005-02-22

Nem tudo são rosas no reino de Portugal.

A maioria conquistada pelo Ps rapidamente vai ficar refém dos interesses da direita, se é que já não está. Não é má vontade da minha parte, basta ouvir o que alguns ministeriáveis vão dizendo para perceber que vai haver fretes à direita. O benefício da dúvida sobre as políticas do Ps tem prazo e curto. O passado traz-nos más lembranças. Todos nos lembramos do pântano em que Guterres deixou o país.
O Psd ficou abaixo dos 30% e seria de esperar uma "limpeza geral" na sua direcção, mas Santana já deu mostras de que quer um ajuste de contas com os "traidores". Longos dias e noites de facas longas vamos assistir dentro do Psd. Para a liderança só avançará quem tiver a disponibilidade para aguentar uns penosos 4 anos de oposição. Será demais para a maioria dos pretendentes. O escolhido será lenha para a fogueira.
O PP perdeu em toda a linha. Portas percebeu que o seu partido tem uma longa travessia do deserto a fazer, sendo muito incerto que recupere em próximas legislativas, tendo em conta o voto útil da direita no Psd, que se apresentará como alternativa ao Ps após 4 anos de governo deste. Portas diz que sai mas quer manter a sua influência na direcção. Uma marionete precisa-se, ali para o lado do Caldas. Vamos ter uma segunda edição de Manuel Monteiro nesta nova fase do PP.
Os esquerdistas seguem uma trajectória política semelhante à da UDP. Surpreendem, crescem e depois desaparecerão. Atingiram o seu pico. Os próximos quatro anos serão, para quem vive de artificios políticos, um declínio. O voto no BE é demasiado heterógeneo para se manter fiel e estável. Enquanto partido tenderão a estruturar-se, formalizando o seu funcionamento e nessa altura lá se vai o encantamento. Já houve sinais de insatisfação relativamente ao modo de funcionamento e de tomadas de decisão que certamente se irão agravar. Já falam em estruturar as distritais . A guerra de poder e influência vai certamente rebentar. O casamento de conveniência de troskistas, albaneses e esquerda caviar, com mais um punhado de oportunistas que lá estão para "fazer pela vida" só dura enquanto os interesses divergentes e antagónicos não ditarem a sua lei. Fatal como o destino. Muitos votos regressarão à abstenção- desiludidos - outros regressam ao Ps para garantir o voto útil contra os avanços da direita em próximas eleições. Outros ainda voltarão à direita, donde sairam descontentes com Santana, mas incapazes de votar Ps ou noutras forças à esquerda. Voltarei a este tema em breve.
A CDU ganhou votos e deputados mas não pode ficar a dormir à sombra da bananeira. Aproximam-se temos difíceis de luta contra as políticas de direita que antevejo o Ps vai promover. De facto o Ps não se comprometeu nesta campanha, apenas se limitou a produzir alguns slogans ou objectivos sem dizer quando, como e para quem os vai realizar.
Outros desafios se colocam à CDU : como evitar que as políticas do Ps levem os portugueses ao voto na direita em próximas eleições, como evitar nas autárquicas a tentativa de monopólio que o Ps irá ensaiar e como resolver a questão das presidenciais quando muita gente se mostra indisponível para engolir o "sapo" guterrista.

Nem tudo são rosas no reino de Portugal.

2005-02-18

Cinco votos com sentido

Voto para que não haja uma maioria absoluta
Voto para que o Partido de Santana fique abaixo dos 30 %
Voto para que o Partido de Portas desça ao 5º lugar
Voto para que os eleitores de esquerda não se deixem enganar mais uma vez pelo Ps
Voto CDU.

Domingo às 20 horas confirmaremos o sentido destes votos

Para uma mudança a sério é necessário VOTAR com sentido.

2005-02-17

A campanha eleitoral

Esta campanha vai ficar marcada por factos e manobras de diversão que a coloca no topo das piores manipulações desde 25 de Abril.
Santana joga baixo e procura tirar partido dos boatos que correm sobre Sócrates. Sem nada a que se agarre neste mergulho do PSD no abismo, faz-se de vítima e utiliza a morte de uma figura da igreja católica para tentar ganhar uns pontos eleitorais.
Sócrates, ofendido com os boatos, aproveita a manobra baixa para não se comprometer com medidas concretas para o futuro. Tem a vitória já assegurada e achará que não vale a pena arriscar-se anunciando o que fará quando chegar ao governo. Atirar números para o ar não é propriamente um programa de governo. Sei do que falo porque me dei ao trabalho de ler o programa eleitoral do Ps. Um terrível e ameaçador vazio de banalidades.
Portas, finge que não esteve no governo nos ultimos três anos. Com um descaramento a que já nos habituou procura distanciar-se do Psd e do Governo de Santana. Sem um pingo de sobressalto moral e cívico acena já para um possível entendimento com o Ps.
Louçã, começou por prometer apoio ao Ps numa próxima revisão orçamental pela boca do candidato Rosas. Depois deu o dito por não dito afirmando-se longe de uma entrada num futuro governo do Ps. Pelo meio fica a dúvida se não teremos um acordo de incidência parlamentar na forja. Entretanto no debate com Portas os bloquistas mostraram a sua face de intolerância. Esta federação de maoistas, pro-albaneses, troskistas caviar e outros oportunistas do mesmo quilate lá vão cumprindo o seu papel de traição dos ideais que cínicamente anunciam.
É por tudo isto que só vejo uma forma de mudar a sério este estado a que chegámos: Votar CDU.

2005-02-02

Triste espectáculo

Insinuações, ameaças, ofensas, desvarios, nervosismo, acusações, mentiras, indignações, hipocrisia, tudo isto é um sinal dos tempos e do "estado da arte" que reina entre quem ainda está no poder e quem para lá quer ir rápidamente.
Ainda não se passou assim tanto tempo sobre os confrontos "tipo civilizado" que Santana e Sócrates alimentaram num telejornal, para benefício de ambos, no plano da projecção mediática das suas imagens pelo país.
Hoje andam zangados, dando liberdade de acção ao terceiro elemento, da direita extrema, deste circo de vedetas narcisistas.
Nem eles nem uma certa comunicação social estão interessados num debate de ideias e programas para resolver os problemas do país. Um porque não se quer comprometer mais do que a demagogia já o obrigou, o outro porque já só está preocupado em "minar o caminho" do futuro governo, e o terceiro porque quer ganhar espaço para juntar trapinhos com quem ganhar as eleições custe o que custar. A comunicação social porque está mais interessada no "sangue derramado" pelas questiúnculas - audiência a quanto obrigas - do que na morna pacatez do debate e esclarecimento. Triste espectáculo a que estamos assistindo nesta campanha eleitoral. E ainda a procissão vai no adro.
Cada vez se torna mais clara a necessidade de mudar a sério de política.

2005-02-01

Os votos, entre as armas e as mesquitas

Os iraquianos votaram. As eleições - vamos considerar assim o que aconteceu - decorreram em plena ocupação militar do seu país por potências estrangeiras, com a manipulação religiosa que se conhece, sem meios de comunicação social que assegurem uma informaçao plural, com a resistência de importantes sectores e áreas do país às soluções impostas pelos ocupantes e com sucessivos episódios sangrentos a marcarem cada dia que passa. Neste contexto a expressividade dos números de votantes - nem vale a pena discutir os números - tem duas leituras possíveis : o povo venceu o medo ou o medo venceu o povo. A primeira leitura, mais do agrado das potências invasoras, apela à memória da luta pela liberdade, património de muitos povos ao longo da história e que entre nós teve um momento mais alto com o 25 de Abril. Desta forma também se justifica, a posteriori, a bondade da invasão. Esta é a abordagem mais generosa e romântica . Por mim acredito que terão sido muitos os iraquianos que vencendo o medo votaram. Quantos ? Não sei, mas a história encarregar-se-á de um dia nos mostrar a real expressão de quem agiu com coragem. Mas a outra leitura, possível e cruel, lembra-nos quanto a crença religiosa levada a extremos pode obrigar os seus crentes a fazer. Em nome de Alá, em cada mesquita, pode ter havido, quase seguramente houve, vozes interpretando a vontade divina, com a ordem de voto e a promessa do céu ou, por outro lado, com ameaça do inferno. O fanatismo religioso, alimentado nas mesquitas, prolongou-se seguramente na constituição de partidos, nas listas de candidatos, na campanha dita eleitoral e terá vencido os iraquianos por temor a Alá. As armas alinhadas ao lado dos favoritos - o novo poder !? - estabelecem um quadro de ausência de liberdade para o exercício da actividade política no seu sentido mais amplo e nobre. Um exército ocupante jamais pode invocar neutralidade numa situação deste tipo porque inibe os que se opõem à sua presença de se manifestarem e assumirem as suas posições. Por mim acredito que terão sido muitos os iraquianos que vencidos pelo medo votaram. Quantos ? Também não sei.
Tão cedo as armas estrangeiras não vão deixar o Iraque. Porque não querem e porque não podem. Não querem, enquanto não estiver assegurada a manutenção da sua influência naquela região por outras vias, e não podem, enquanto não se reconstituir totalmente o aparelho de estado e um novo poder com todas as suas componentes. Quer a manutenção da influência na região por outras vias - diplomáticas e económicas - , quer a reconstituição do aparelho de estado são tarefas inexecuíveis nas actuais condições. A ameaça de um alinhamento, do novo poder no Iraque, com o Irão, é real e não vejo o que poderá garantir às potências invasoras que tal ameaça se não concretize com as consequências que facilmente se imaginam. Por outro lado a reconstituição do aparelho de estado e do novo poder tem, na divisão do país, um obstáculo praticamente intransponível. Curdos, sunitas e xiitas de novo mostraram em todo este processo quão profundo é o fosso que os separa.
A condenável invasão do Iraque não só não resolveu nenhum problema como veio criar outros bem mais graves. A instabilidade instalou-se naquela região para ficar. Enquanto houver petróleo para extrair vamos ter o longo braço armado dos interesses norte-americanos em acção. Já não é possível voltar atrás e tão cedo não vai ser possível andar para a frente, ou seja, promover a paz e a democratização em toda aquela região.
Enquanto os interesses económicos o determinarem os votos estarão entalados entre as armas e o fundamentalismo religioso. A democracia já teve melhores dias.