Desemprego
Aqui temos mais notícias sobre o desemprego. Preocupante.
AliBaba e os seus quarenta amigos, mais os que se vão juntando ao grupo, merecem uma atenção especial. Este é um observatório atento Às MANOBRAS.
Muitos comentadores apressaram-se a considerar o abandono de Portas, da Presidência do PP, como um gesto nobre e digno. Não concordo com este ponto de vista. A rapidez da decisão de Portas e as dificuldades da sua substituição têm mais a ver com a rápida percepção de que vinham aí 4 anos de travessia do deserto. E Portas, que no passado criticou outros por abandonarem funções a meio do mandato, repete agora a receita que antes rejeitou. Ninguém no PP se quer submeter ao veredito popular e sacrificar nos próximos 4 anos . Quanto a mim a fuga de Portas mostra o seu lado camaleónico. Disfarçou-se de perdedor capaz do nobre gesto da abdicação. Indignidades à moda de uma direita sem princípios. Suprema ironia será não encontrarem nenhum distraído para o lugar, qual marionete tipo Manuel Monteiro.
Experiências radiológicas, em crianças deficientes do Hospital de Sonoma nos EUA. Injectar gaz no crâneo e realizar radiografias experimentais, é um dos muitos exemplos, do que foi feito. As experiências, sabe-se agora, provocavam dores nas vítimas durante dias. Não se sabe é quanto contribuiram para a diminuição da esperança de vida das crianças e da sua qualidade de vida. A horrenda descoberta foi possível quando foi libertada documentação que permitiu às famílias e à comunicação social tomarem conhecimento destes crimes. O "60 minutos" realizou uma reportagem sobre este caso e a SIC está a transmiti-la neste fim de semana. Vimos a ponta do iceberg, falta ver o resto.
Sobre o Pacto de Estabilidade houve quem defendesse , em tempo, a sua renegociação por forma a evitar o excessivo "aperto do cinto" a que foram sujeitos os protugueses à mão de Guterres, na ponta final do seu mandato, e Durão e Santana, nos mandatos seguintes. A renegociação, se bem conduzida, permitiria uma recuperação da economia portuguesa em condições mais favoráveis. Hoje, muitas vozes, reclamam a revisão do PEC, chegando a considerá-lo "estúpido". Sobre esta questão pode consultar-se, por exemplo, a intervenção da deputada Ilda Figueiredo no PE, a 3 de Outubro de 2001 . Inevitavelmente vamos ter uma revisão tardia e provavelmente insuficiente.
Não sei se vou conseguir registar nos próximos tempos este tipo de recuperações da tralha guterrista no seu pior estilo, mas convinha estar atento a este tipo de regresso em grande, surfando uma maioria absoluta. Vamos começar a perceber a verdadeira importância de uma maioria absoluta
Hoje no Afeganistão e amanhã no Iraque vamos verificando a irresponsabilidade da iniciativa norte-americana e inglesa. A recente viagem de Bush à Europa demonstrou quanto os norte-americanos estão desejosos de envolverem os europeus no pântano em que os EUA estão enterrados, e em que consomem larga fatia do seu orçamento. As despesas de guerra dos EUA subiram em flecha e nem o petróleo Iraquiano os compensa deste esforço. O desgaste é enorme e os EUA não descansarão enquanto não envolverem a Europa nas despesas de guerra. Se tal não acontecer a economia norte-americana vai sofrer as conseqências deste esforço e perder face à economia Europeia.
Mais números preocupantes e desta vez sobre o futuro próximo. Agricultura, pescas, têxteis, calçado, restauração etc etc, são áreas a alimentarem este problema muito sério do desemprego.
Os números do desemprego continuam a aumentar preocupantemente. O Governo Sócrates vai em breve apresentar o seu programa à Assembleia da República. Logo se verá a que distância se vai colocar das promessas que fez. Os 150000 mil empregos a criar em 4 anos, mais os 1000 empregos a criar no imediato para jovens licenceados, estão ainda bem frescos na nossa memória. Aguardemos atentos.
A maioria conquistada pelo Ps rapidamente vai ficar refém dos interesses da direita, se é que já não está. Não é má vontade da minha parte, basta ouvir o que alguns ministeriáveis vão dizendo para perceber que vai haver fretes à direita. O benefício da dúvida sobre as políticas do Ps tem prazo e curto. O passado traz-nos más lembranças. Todos nos lembramos do pântano em que Guterres deixou o país.
Voto para que não haja uma maioria absoluta
Esta campanha vai ficar marcada por factos e manobras de diversão que a coloca no topo das piores manipulações desde 25 de Abril.
Insinuações, ameaças, ofensas, desvarios, nervosismo, acusações, mentiras, indignações, hipocrisia, tudo isto é um sinal dos tempos e do "estado da arte" que reina entre quem ainda está no poder e quem para lá quer ir rápidamente.
Os iraquianos votaram. As eleições - vamos considerar assim o que aconteceu - decorreram em plena ocupação militar do seu país por potências estrangeiras, com a manipulação religiosa que se conhece, sem meios de comunicação social que assegurem uma informaçao plural, com a resistência de importantes sectores e áreas do país às soluções impostas pelos ocupantes e com sucessivos episódios sangrentos a marcarem cada dia que passa. Neste contexto a expressividade dos números de votantes - nem vale a pena discutir os números - tem duas leituras possíveis : o povo venceu o medo ou o medo venceu o povo. A primeira leitura, mais do agrado das potências invasoras, apela à memória da luta pela liberdade, património de muitos povos ao longo da história e que entre nós teve um momento mais alto com o 25 de Abril. Desta forma também se justifica, a posteriori, a bondade da invasão. Esta é a abordagem mais generosa e romântica . Por mim acredito que terão sido muitos os iraquianos que vencendo o medo votaram. Quantos ? Não sei, mas a história encarregar-se-á de um dia nos mostrar a real expressão de quem agiu com coragem. Mas a outra leitura, possível e cruel, lembra-nos quanto a crença religiosa levada a extremos pode obrigar os seus crentes a fazer. Em nome de Alá, em cada mesquita, pode ter havido, quase seguramente houve, vozes interpretando a vontade divina, com a ordem de voto e a promessa do céu ou, por outro lado, com ameaça do inferno. O fanatismo religioso, alimentado nas mesquitas, prolongou-se seguramente na constituição de partidos, nas listas de candidatos, na campanha dita eleitoral e terá vencido os iraquianos por temor a Alá. As armas alinhadas ao lado dos favoritos - o novo poder !? - estabelecem um quadro de ausência de liberdade para o exercício da actividade política no seu sentido mais amplo e nobre. Um exército ocupante jamais pode invocar neutralidade numa situação deste tipo porque inibe os que se opõem à sua presença de se manifestarem e assumirem as suas posições. Por mim acredito que terão sido muitos os iraquianos que vencidos pelo medo votaram. Quantos ? Também não sei.