Este perigoso "caldo de cultura" anti-democrático
Aproveitando o triste espectáculo que a composição das listas de candidatos do PS e do PSD tem oferecido ao País , e na linha do que noutras épocas já ensaiaram, os inimigos da democracia, invocando a degradação do sistema político, clamam por alterações.
Dificilmente escondendo a sua vontade de transformar a representação proporcional , actualmente em vigor, numa bipolarização entre os dois actuais maiores partidos, como resultado das suas propostas, se por acaso vingassem, procuram que as suas ideias façam o seu caminho, tirando partido do descontentamento que a actuação desses mesmos partidos enquanto governo têm provocado, e insistem no tema.
A altura parece-lhes propícia para ganhar boleia a reboque da revisão constitucional que o referendo da Constituição Europeia inpõe. E as recentes intervenções do Presidente só ajudam a que ganhem força estas estratégias redutoras da democracia representativa.
O distanciamento entre eleitores e eleitos, esse outro tema recorrente na vida política portuguesa, também serve para reforçar aquela estratégia. Subtilmente associado à ideia de que os bons , porque não aceitam ganhar pouco não aceitam ser políticos, e os que aceitam o fazem por serem medíocres. Cavaco Silva chega mesmo a teorizar sobre os bons que devem expulsar os maus políticos.
A comunicação social faz o seu papel de amplificador fiel destas ideias, contribuindo para que políticos e deputados sejam todos metidos no mesmo "saco".
Perigosos caminhos trilha a nossa democracia. Perigoso este caldo de cultura anti-democrática .
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