AliBaba

AliBaba e os seus quarenta amigos, mais os que se vão juntando ao grupo, merecem uma atenção especial. Este é um observatório atento Às MANOBRAS.

2005-01-03

A "mensagem" e a alergia

Neste final de 2004, início de 2005, sempre que num canal de televisão apresentavam o Presidente e a sua mensagem optei por mudar de canal. O mesmo fiz sempre que os noticiários se referiram ao acto.
A alergia às ideias do homem foi mais forte que a curiosidade política.
Pelos jornais vou sabendo que não se referiu à recente tragédia do Sudeste da Ásia. Se foi assim, registe-se a curiosa coincidência com a atitude de Bush e Blair sobre a mesma questão. Ambos falaram tarde e reticentemente e, nos seus países, estão a ser duramente criticados. Bush recorreu à pressa ao pai e ao antecessor para fazerem um apelo conjunto e salvarem a imagem de indiferença com que marcaram as suas atitudes. Blair aparecerá também em pública iniciativa de retoque de imagem.
Por cá o embaixador português fez-se desentendido, o ministro gaguejou e o primeiro-ministro flauteou. O Presidente assobiou para o lado. Baixinho. O regular funcionamento das instituições no seu melhor .
Sampaio preferiu concentrar-se na defesa de um acordo de regime para uso interno e benefício político do "centrão" . Uma verdadeira tábua de salvação para a desgraça que tem constituido as sucessivas políticas levadas a cabo pelo PS e PSD ao longo dos últimos 28 anos.
Um acordo de regime nas circunstâncias actuais implica necessáriamente um acordo entre o PS e o PSD. Os principais responsáveis pela situação em que o País se encontra são incentivados, agora, a unirem esforços e a prolongar o mal que têm feito ao País. Um acordo pressupõe uma base comum. Ora o que as políticas do PS e do PSD têm em comum, como o passado abundantemente demonstra, é o pior para Portugal e os Portugueses. Porque o que se passa na educação, na justiça, na saúde, no regime fiscal etc... é resultado das políticas que em alternância PS e PSD aplicaram ao País nestas últimas três décadas. A ideia é apoiada por Mário Soares. Percebe-se que querem salvar a face, do desastre que tem representado para o País a social-democracia, esta forma híbrida de capitalismo e hipocrisia social que renasce vezes sem conta, sempre aparentando ser coisa nova.
Novas palavras a revestirem velhas ideias para manter tudo na mesma.
Estas ideias provocam-me cada vez mais alergia e repugnância.
A desonestidade intelectual tem um preço e a história há-de forçar ao seu pagamento integral .
A alternativa é uma política de ruptura com o passado.
Romper com o compadrio, a desonestidade, a cunha, o amiguismo, as desigualdades, a indiferença , a política de favorecimento, a injustiça etc... representa um grande desafio mas é urgente, necessário e inadiável.