AliBaba

AliBaba e os seus quarenta amigos, mais os que se vão juntando ao grupo, merecem uma atenção especial. Este é um observatório atento Às MANOBRAS.

2005-12-27

Ciclos viciosos

Quando as coisas correm mal há sempre alguém que as quer ver piorar ainda mais.
Pelo tempo e por tudo o resto. Se calhar mais do resto do que do tempo.
Por isso este Blog despede-se. De ninguém, julgo eu.
Deslinkem-se se faz favor. Obrigado e até lá, seja lá o que isso fôr.

A 31 de Dezembro de 2005 - DELETE e pronto.

2005-08-22

Até já

Em reflexão sobre o que fazer deste blogue vamos prolongar esta pausa . Seremos breves.

2005-07-14

14 de Julho......

....... Quando ?

Se ao menos houvesse um dia.

E não estou a falar da Bastilha, mas de outras "libertações".

2005-06-16

E trouxemos um amigo também

Juntos fizémos esta caminhada FRATERNA, SOLIDÁRIA e INTENSA. E imensa na vontade de estar presente.
Não foi a primeira, não será a última, na longa caminhada pela libertação do Homem.
Sejam quais forem as circunstâncias, mas sempre com a mesma determinação, por todos os caminhos que o processo político percorra.
Fizeste connosco esta caminhada, como sempre e como querias .
Fomos muitos. Queremos ser cada vez mais.
Continuaremos em frente, porque a Luta Continua.
E trouxemos um amigo também.

2005-06-06

A Igreja Católica, o crime e a penitência

O 'Público' (link não disponível) noticia hoje que as 195 dioceses norte-americanas pagaram, até agora, 900 milhões de dólares de indemnização por abusos sexuais de menores praticados por padres. Um estudo da Conferência Nacional dos bispos católicos concluiu que 4 por cento do clero foi acusado, desde 1950, de abuso sexual de menores. As indemnizações colocam um ponto final nos processos judiciais movidos contra as dioceses. O dinheiro lava tudo. Santa penitência.

Os Deuses andam loucos ....

.....e eu não consigo acompanhá-los.
O Governo manda Constâncio descobrir um deficit, que já era conhecido, e ele obediente descobriu.
Os franceses e os holandeses dizem não ao Tratado, que se chama Constituição mas não o é, e o Bloco Central e afins, em Portugal, responde com insultos à ousadia.
Jardim mostra-se no esplendor do seu caciquismo e inimputabilidade e o Presidente da República continua a aceitar que um Conselheiro de Estado proceda como um arruaceiro.
Os lucros das empresas do PSI20 sobem 30% no 1º trimestre da ano mas o Governo decide responder à crise atacando os bolsos dos portugueses deixando o capital em paz.
Os espiritos Santos encarnaram nuns sobreiros e inspiraram um despacho protector da iniciativa privada e esta rápidamente tratou com celeridade de executar o seu plano.
O PS nomeia alguns boys para as administrações seguindo um critério sábio de que mais tarde ou mais cedo toda a gente se esquecerá de Fernando Gomes na Galp e de outras nomeações de perfil semelhante.
Os ministros acumulam em grande o que querem negar a outros, que acumulam por pura necessidade. E por demagogia chamam de ética a atitude hipócrita que agora assumem.
O Bloco Central aprova no Parlamento numa apressada revisão constitucional, uma medida com caracter excepcional e transitório para que o referendo em Portugal sobre o Tratado Europeu possa coincidir com as eleições autárquicas e em breve se verificará a total inutilidade deste gesto antidemocrático.
O Presidente da República demorou a perceber que com os anteriores governos não só se estava a cavar um fosso entre os portugueses e quem os governava mas também que o regular funcionamento das instituições tinha sido severamente afectado. Pelos vistos não só não aprendeu com a experiência como está disposto a comtemporizar com nova dose aplicada por este governo.

2005-05-18

Aguenta coração

Hoje o meu template devia ter umas riscas brancas no verde que sempre teve. As riscas também sempre lá estiveram. Só eu sei porque não fico em casa

2005-05-13

Geoêxtase

Africa Minha, Grécia tua, azar o nosso
O mundo é todo feito de desencontros
nas palavras, nos actos e nos encontros
furtiva vida esta, que viver já não posso.

Sem sentido nem norte
Por países, por continentes, no coração
se esfuma a esperança de ser em vão
sem bússola e sem sorte

Ao chegar e partir desta eterna viagem
Morre o mensageiro e a mensagem

2005-04-11

Quo Vadis PPD / PSD / Psl ??

A mediocridade reuniu-se em Congresso este fim de semana e elegeu um dos seus para a nobre e digna tarefa de atravessar o deserto das ideias com desplante e sem vergonha. O "Portugal dos pequeninos" no seu melhor estilo. As siglas deste partido nunca tiveram grande significado por isso ousei acrescentar uma nova sigla que talvez ajude : Psl ( Partido do Santana Lopes ). Dentro ou fora do baralho, mas por aí, como enfática e ameaçadoramente anunciou o dito.

2005-03-23

A prostituição de alguma comunicação social

Os jornais e os jornalistas
A rádio e os seus "artistas"
a televisão e as revistas
Tudo em grande e nobre azáfama
difundindo as notícias
do burro e de quem tem "fama"
grandes planos e entrevistas
tudo junto em sandes mistas
escrevem tudo p'la rama
protestam que não são autistas
agarram-se todos à mama.
Mas que grandes vigaristas !

Uma prenda

20 dias sem blogar.

2005-03-05

Obrigado

A quem sabe porque agradeço. Hoje não é dia de novo governo, nem de comícios aniversariantes nem de outros comentários. E disse. Muito obrigado.

2005-03-03

Europa com pés de barro

No Diario de Notícias de 21 de Fevereiro noticiavam-se os resultados do referendo ao Tratado da Constituição Europeia. Em 34,6 milhões de eleitores espanhóis, 19,9 milhões ( 57,6 % ) abstiveram-se, 11,2 milhões ( 32,41 % ) votaram a favor, 2,5 milhões ( 7,23 % ) votaram contra e cerca de 800 mil ( 2,54 % ) votaram em branco. As percentagens referem-se ao total de eleitores. Temos assim que 1/3 dos espanhóis votaram sim. Em Portugal este referendo não seria vinculativo. Mas mais importante é o facto de cerca de 58 % dos espanhóis não terem ido às urnas. Num referendo com pouca participação ter-se-á que concluir uma de duas : ou a questão não tem interesse ou a pergunta não está bem formulada. Por exemplo, quem estiver de acordo com a integração europeia mas discorde do modelo escolhido de organização e desenvolvimento não pode participar num referendo sobre o Tratado. Porque se responde sim está a ir contra a sua opinião relativa ao modelo a seguir, se responde não está a impedir a concretização da União Europeia ainda que por outras vias. Aparentemente, o que interessa aos promotores deste tipo de referendo é obter um sim a qualquer custo. Uma Europa construída desta forma é seguramente uma Europa com pés de barro.

2005-03-01

Os boys do bloco central

Vital Moreira defende aqui uma certa dança de cadeiras para os boys dos partidos alternantes no poder. A coisa parece simples de se resolver : quem ganha tem direito a ocupar os lugares de confiança política e quem perde vai ao ar. A ideia aparece com argumentos travestidos de sérios e pelos vistos já tem barbas. Admito que este assunto preocupe o Ps e alguns interessados em mais uns complicados estudos e análises jurídicas. Os recibos verdes fizeram-se para serem utilizados. O IRS agradece o reforço. Certamente que vamos ver encomendados uns pareceres sobre o assunto. Ninguém fez declaração de desinteresse pelo que aguardamos calmamente que a coisa faça o seu caminho. Em trinta anos de alternancia de poder - Ps e Psd - nunca encontraram tempo e vontade política para resolver esta dança dos boys. Para se saber como atacar o problema dos boys nada como contratar um outro boy para elaborar um precioso e bem dirigido parecer. Tudo boa gente.

2005-02-28

Desemprego

Aqui temos mais notícias sobre o desemprego. Preocupante.

2005-02-27

Indignidades

Muitos comentadores apressaram-se a considerar o abandono de Portas, da Presidência do PP, como um gesto nobre e digno. Não concordo com este ponto de vista. A rapidez da decisão de Portas e as dificuldades da sua substituição têm mais a ver com a rápida percepção de que vinham aí 4 anos de travessia do deserto. E Portas, que no passado criticou outros por abandonarem funções a meio do mandato, repete agora a receita que antes rejeitou. Ninguém no PP se quer submeter ao veredito popular e sacrificar nos próximos 4 anos . Quanto a mim a fuga de Portas mostra o seu lado camaleónico. Disfarçou-se de perdedor capaz do nobre gesto da abdicação. Indignidades à moda de uma direita sem princípios. Suprema ironia será não encontrarem nenhum distraído para o lugar, qual marionete tipo Manuel Monteiro.

Arrepiante

Experiências radiológicas, em crianças deficientes do Hospital de Sonoma nos EUA. Injectar gaz no crâneo e realizar radiografias experimentais, é um dos muitos exemplos, do que foi feito. As experiências, sabe-se agora, provocavam dores nas vítimas durante dias. Não se sabe é quanto contribuiram para a diminuição da esperança de vida das crianças e da sua qualidade de vida. A horrenda descoberta foi possível quando foi libertada documentação que permitiu às famílias e à comunicação social tomarem conhecimento destes crimes. O "60 minutos" realizou uma reportagem sobre este caso e a SIC está a transmiti-la neste fim de semana. Vimos a ponta do iceberg, falta ver o resto.

2005-02-25

Inevitavelmente( Ler )

Sobre o Pacto de Estabilidade houve quem defendesse , em tempo, a sua renegociação por forma a evitar o excessivo "aperto do cinto" a que foram sujeitos os protugueses à mão de Guterres, na ponta final do seu mandato, e Durão e Santana, nos mandatos seguintes. A renegociação, se bem conduzida, permitiria uma recuperação da economia portuguesa em condições mais favoráveis. Hoje, muitas vozes, reclamam a revisão do PEC, chegando a considerá-lo "estúpido". Sobre esta questão pode consultar-se, por exemplo, a intervenção da deputada Ilda Figueiredo no PE, a 3 de Outubro de 2001 . Inevitavelmente vamos ter uma revisão tardia e provavelmente insuficiente.

La vie en Rose numa maioria absoluta( Ler )

Não sei se vou conseguir registar nos próximos tempos este tipo de recuperações da tralha guterrista no seu pior estilo, mas convinha estar atento a este tipo de regresso em grande, surfando uma maioria absoluta. Vamos começar a perceber a verdadeira importância de uma maioria absoluta

Um beco sem saída( Ler )

Hoje no Afeganistão e amanhã no Iraque vamos verificando a irresponsabilidade da iniciativa norte-americana e inglesa. A recente viagem de Bush à Europa demonstrou quanto os norte-americanos estão desejosos de envolverem os europeus no pântano em que os EUA estão enterrados, e em que consomem larga fatia do seu orçamento. As despesas de guerra dos EUA subiram em flecha e nem o petróleo Iraquiano os compensa deste esforço. O desgaste é enorme e os EUA não descansarão enquanto não envolverem a Europa nas despesas de guerra. Se tal não acontecer a economia norte-americana vai sofrer as conseqências deste esforço e perder face à economia Europeia.

Desemprego em aceleração(aqui)

Mais números preocupantes e desta vez sobre o futuro próximo. Agricultura, pescas, têxteis, calçado, restauração etc etc, são áreas a alimentarem este problema muito sério do desemprego.

Desemprego em alta velocidade( Ler )

Os números do desemprego continuam a aumentar preocupantemente. O Governo Sócrates vai em breve apresentar o seu programa à Assembleia da República. Logo se verá a que distância se vai colocar das promessas que fez. Os 150000 mil empregos a criar em 4 anos, mais os 1000 empregos a criar no imediato para jovens licenceados, estão ainda bem frescos na nossa memória. Aguardemos atentos.

2005-02-22

Nem tudo são rosas no reino de Portugal.

A maioria conquistada pelo Ps rapidamente vai ficar refém dos interesses da direita, se é que já não está. Não é má vontade da minha parte, basta ouvir o que alguns ministeriáveis vão dizendo para perceber que vai haver fretes à direita. O benefício da dúvida sobre as políticas do Ps tem prazo e curto. O passado traz-nos más lembranças. Todos nos lembramos do pântano em que Guterres deixou o país.
O Psd ficou abaixo dos 30% e seria de esperar uma "limpeza geral" na sua direcção, mas Santana já deu mostras de que quer um ajuste de contas com os "traidores". Longos dias e noites de facas longas vamos assistir dentro do Psd. Para a liderança só avançará quem tiver a disponibilidade para aguentar uns penosos 4 anos de oposição. Será demais para a maioria dos pretendentes. O escolhido será lenha para a fogueira.
O PP perdeu em toda a linha. Portas percebeu que o seu partido tem uma longa travessia do deserto a fazer, sendo muito incerto que recupere em próximas legislativas, tendo em conta o voto útil da direita no Psd, que se apresentará como alternativa ao Ps após 4 anos de governo deste. Portas diz que sai mas quer manter a sua influência na direcção. Uma marionete precisa-se, ali para o lado do Caldas. Vamos ter uma segunda edição de Manuel Monteiro nesta nova fase do PP.
Os esquerdistas seguem uma trajectória política semelhante à da UDP. Surpreendem, crescem e depois desaparecerão. Atingiram o seu pico. Os próximos quatro anos serão, para quem vive de artificios políticos, um declínio. O voto no BE é demasiado heterógeneo para se manter fiel e estável. Enquanto partido tenderão a estruturar-se, formalizando o seu funcionamento e nessa altura lá se vai o encantamento. Já houve sinais de insatisfação relativamente ao modo de funcionamento e de tomadas de decisão que certamente se irão agravar. Já falam em estruturar as distritais . A guerra de poder e influência vai certamente rebentar. O casamento de conveniência de troskistas, albaneses e esquerda caviar, com mais um punhado de oportunistas que lá estão para "fazer pela vida" só dura enquanto os interesses divergentes e antagónicos não ditarem a sua lei. Fatal como o destino. Muitos votos regressarão à abstenção- desiludidos - outros regressam ao Ps para garantir o voto útil contra os avanços da direita em próximas eleições. Outros ainda voltarão à direita, donde sairam descontentes com Santana, mas incapazes de votar Ps ou noutras forças à esquerda. Voltarei a este tema em breve.
A CDU ganhou votos e deputados mas não pode ficar a dormir à sombra da bananeira. Aproximam-se temos difíceis de luta contra as políticas de direita que antevejo o Ps vai promover. De facto o Ps não se comprometeu nesta campanha, apenas se limitou a produzir alguns slogans ou objectivos sem dizer quando, como e para quem os vai realizar.
Outros desafios se colocam à CDU : como evitar que as políticas do Ps levem os portugueses ao voto na direita em próximas eleições, como evitar nas autárquicas a tentativa de monopólio que o Ps irá ensaiar e como resolver a questão das presidenciais quando muita gente se mostra indisponível para engolir o "sapo" guterrista.

Nem tudo são rosas no reino de Portugal.

2005-02-18

Cinco votos com sentido

Voto para que não haja uma maioria absoluta
Voto para que o Partido de Santana fique abaixo dos 30 %
Voto para que o Partido de Portas desça ao 5º lugar
Voto para que os eleitores de esquerda não se deixem enganar mais uma vez pelo Ps
Voto CDU.

Domingo às 20 horas confirmaremos o sentido destes votos

Para uma mudança a sério é necessário VOTAR com sentido.

2005-02-17

A campanha eleitoral

Esta campanha vai ficar marcada por factos e manobras de diversão que a coloca no topo das piores manipulações desde 25 de Abril.
Santana joga baixo e procura tirar partido dos boatos que correm sobre Sócrates. Sem nada a que se agarre neste mergulho do PSD no abismo, faz-se de vítima e utiliza a morte de uma figura da igreja católica para tentar ganhar uns pontos eleitorais.
Sócrates, ofendido com os boatos, aproveita a manobra baixa para não se comprometer com medidas concretas para o futuro. Tem a vitória já assegurada e achará que não vale a pena arriscar-se anunciando o que fará quando chegar ao governo. Atirar números para o ar não é propriamente um programa de governo. Sei do que falo porque me dei ao trabalho de ler o programa eleitoral do Ps. Um terrível e ameaçador vazio de banalidades.
Portas, finge que não esteve no governo nos ultimos três anos. Com um descaramento a que já nos habituou procura distanciar-se do Psd e do Governo de Santana. Sem um pingo de sobressalto moral e cívico acena já para um possível entendimento com o Ps.
Louçã, começou por prometer apoio ao Ps numa próxima revisão orçamental pela boca do candidato Rosas. Depois deu o dito por não dito afirmando-se longe de uma entrada num futuro governo do Ps. Pelo meio fica a dúvida se não teremos um acordo de incidência parlamentar na forja. Entretanto no debate com Portas os bloquistas mostraram a sua face de intolerância. Esta federação de maoistas, pro-albaneses, troskistas caviar e outros oportunistas do mesmo quilate lá vão cumprindo o seu papel de traição dos ideais que cínicamente anunciam.
É por tudo isto que só vejo uma forma de mudar a sério este estado a que chegámos: Votar CDU.

2005-02-02

Triste espectáculo

Insinuações, ameaças, ofensas, desvarios, nervosismo, acusações, mentiras, indignações, hipocrisia, tudo isto é um sinal dos tempos e do "estado da arte" que reina entre quem ainda está no poder e quem para lá quer ir rápidamente.
Ainda não se passou assim tanto tempo sobre os confrontos "tipo civilizado" que Santana e Sócrates alimentaram num telejornal, para benefício de ambos, no plano da projecção mediática das suas imagens pelo país.
Hoje andam zangados, dando liberdade de acção ao terceiro elemento, da direita extrema, deste circo de vedetas narcisistas.
Nem eles nem uma certa comunicação social estão interessados num debate de ideias e programas para resolver os problemas do país. Um porque não se quer comprometer mais do que a demagogia já o obrigou, o outro porque já só está preocupado em "minar o caminho" do futuro governo, e o terceiro porque quer ganhar espaço para juntar trapinhos com quem ganhar as eleições custe o que custar. A comunicação social porque está mais interessada no "sangue derramado" pelas questiúnculas - audiência a quanto obrigas - do que na morna pacatez do debate e esclarecimento. Triste espectáculo a que estamos assistindo nesta campanha eleitoral. E ainda a procissão vai no adro.
Cada vez se torna mais clara a necessidade de mudar a sério de política.

2005-02-01

Os votos, entre as armas e as mesquitas

Os iraquianos votaram. As eleições - vamos considerar assim o que aconteceu - decorreram em plena ocupação militar do seu país por potências estrangeiras, com a manipulação religiosa que se conhece, sem meios de comunicação social que assegurem uma informaçao plural, com a resistência de importantes sectores e áreas do país às soluções impostas pelos ocupantes e com sucessivos episódios sangrentos a marcarem cada dia que passa. Neste contexto a expressividade dos números de votantes - nem vale a pena discutir os números - tem duas leituras possíveis : o povo venceu o medo ou o medo venceu o povo. A primeira leitura, mais do agrado das potências invasoras, apela à memória da luta pela liberdade, património de muitos povos ao longo da história e que entre nós teve um momento mais alto com o 25 de Abril. Desta forma também se justifica, a posteriori, a bondade da invasão. Esta é a abordagem mais generosa e romântica . Por mim acredito que terão sido muitos os iraquianos que vencendo o medo votaram. Quantos ? Não sei, mas a história encarregar-se-á de um dia nos mostrar a real expressão de quem agiu com coragem. Mas a outra leitura, possível e cruel, lembra-nos quanto a crença religiosa levada a extremos pode obrigar os seus crentes a fazer. Em nome de Alá, em cada mesquita, pode ter havido, quase seguramente houve, vozes interpretando a vontade divina, com a ordem de voto e a promessa do céu ou, por outro lado, com ameaça do inferno. O fanatismo religioso, alimentado nas mesquitas, prolongou-se seguramente na constituição de partidos, nas listas de candidatos, na campanha dita eleitoral e terá vencido os iraquianos por temor a Alá. As armas alinhadas ao lado dos favoritos - o novo poder !? - estabelecem um quadro de ausência de liberdade para o exercício da actividade política no seu sentido mais amplo e nobre. Um exército ocupante jamais pode invocar neutralidade numa situação deste tipo porque inibe os que se opõem à sua presença de se manifestarem e assumirem as suas posições. Por mim acredito que terão sido muitos os iraquianos que vencidos pelo medo votaram. Quantos ? Também não sei.
Tão cedo as armas estrangeiras não vão deixar o Iraque. Porque não querem e porque não podem. Não querem, enquanto não estiver assegurada a manutenção da sua influência naquela região por outras vias, e não podem, enquanto não se reconstituir totalmente o aparelho de estado e um novo poder com todas as suas componentes. Quer a manutenção da influência na região por outras vias - diplomáticas e económicas - , quer a reconstituição do aparelho de estado são tarefas inexecuíveis nas actuais condições. A ameaça de um alinhamento, do novo poder no Iraque, com o Irão, é real e não vejo o que poderá garantir às potências invasoras que tal ameaça se não concretize com as consequências que facilmente se imaginam. Por outro lado a reconstituição do aparelho de estado e do novo poder tem, na divisão do país, um obstáculo praticamente intransponível. Curdos, sunitas e xiitas de novo mostraram em todo este processo quão profundo é o fosso que os separa.
A condenável invasão do Iraque não só não resolveu nenhum problema como veio criar outros bem mais graves. A instabilidade instalou-se naquela região para ficar. Enquanto houver petróleo para extrair vamos ter o longo braço armado dos interesses norte-americanos em acção. Já não é possível voltar atrás e tão cedo não vai ser possível andar para a frente, ou seja, promover a paz e a democratização em toda aquela região.
Enquanto os interesses económicos o determinarem os votos estarão entalados entre as armas e o fundamentalismo religioso. A democracia já teve melhores dias.

2005-01-28

O verniz de Louçã

Com a rispidez de um moralista frustado e a delicadeza de um elefante numa loja de loiça Louçã avançou no debate com Portas por terrenos esconços, reveladores do seu perfil de intolerância e moralismo dúbio. As fobias manifestam-se quando menos se espera e a de Louçã mostrou-se agora. Os seus lugares-tenente gaguejaram desculpas esfarrapadas reinterpretando as palavras do chefe e este desdobrou-se em justificações em entrevistas e artigos nos jornais. O verniz estalou e não há cosmética que o salve. As hostes bloquistas podem fingir que não perceberam, assobiar para o lado, ou até engolirem o seu sapo no dia das eleições, mas Louçã mostrou aquilo que é capaz: intolerante sem olhar a meios para atingir os seus fins.

Os sonhos esfumam-se em Alegres incoerências

E assim se vai esfumando o sonho que alguns vislumbraram na candidatura de Manuel Alegre a secretário-geral do Ps ( "s" pequeno = socialismo na gaveta ) . Numa recente intervenção num comício eleitoral, de dedo em riste, Alegre considerou que a " aliança do queijo limiano" não terá sido responsabilidade, apenas, do Ps. Com a desfaçatez que se lhe conhece, atribuiu responsabilidades ao PCP e ao bloco esquerdista . Porquê ? Bom, a explicação não veio, mas imaginamos que o astuto orador pretenderia ter o apoio dos votos à sua esquerda, obtendo assim cobertura para um orçamento de direita, desenhado e proposto pelo Ps. E como um dislate não basta, rematou com o demolidor argumento de que o Ps não se poderá aliar ao PCP devido às posições deste partido relativamente à Europa e à Nato. Muito pluralista, patriótico e original é este argumento. O entendimento entre diferentes forças de esquerda implicam para Manuel Alegre que todos se conformem com as posições do Ps. Alegre emprestou ao concurso para secretário-geral do Ps o suave perfume de uma esquerda caviar, fugiu da batalha eleitoral em Coimbra para não ser confrontado com a coincineração e aparece agora em Lisboa, qual Dom Quixote, vocacionado para combater as forças à sua esquerda. O Ps, sem qualquer pudor, utiliza várias caras e discursos aparentando um pluralismo que de facto não existe. A estratégia é evitar a erosão nas suas fronteiras eleitorais. Tudo aponta para que, ganhando as eleições legislativas, o Ps venha a promover de novo uma política de direita. O seu programa, algumas das figuras que se perfilam em torno de Sócrates e alguns dos apoios que obteve à sua direita ( Ex. Freitas do Amaral ) não auguram nada de bom. Por tudo isto se torna imperioso mudar a sério a política em Portugal.

O Holocausto e os holocaustos

A memória viva daqueles tempos não passa pela realização de eventos solenes, com a participação de uns poucos e para alívio de consciência de muitos. Se esta forma de reavivar factos horríveis, e que jamais se devem repetir, ajuda as novas gerações a compreenderem o que se passou, tanto melhor, mas será seguramente no dia a dia nas escolas, nas famílias, nas práticas políticas que se construirá a barreira cultural, democrática e progressista aos populismos emergentes de cariz nazi. Os dados recentemente revelados sobre o crescimento eleitoral de partidos de extrema-direita, neo-fascistas assumidos, em alguns países da Europa, deve levar-nos a pensar sobre o que tem contribuido para que tal aconteça e a agir rápida e determinadamente para evitar males maiores.
E não podemos esquecer os vários holocaustos que anualmente atingem milhões de seres humanos por todo o mundo , vítimas de guerras , de fome, de doenças. As dezenas de milhões de seres humanos mortos todos os anos perante a indiferença geral representam vários holocaustos em simultâneo em que os principais responsáveis se mantêm confortávelmente instalados nos seus protegidos poderes económicos e políticos.
Se nada for feito hoje, amanhã pode ser tarde..

2005-01-27

Acordos de Regime, consensos e outros cinzentismos

O Presidente da República volta à carga com a ideia de um consenso entre partidos para uma reforma da justiça. Esta não é seguramente a via para encontrar as soluções necessárias. O denominador comum entre os partidos com maior peso na Assembleia da República, Ps e Psd, não garante nada de bom a este respeito. As soluções para problemas tão complexos como os que se colocam na àrea da justiça obrigam a romper com o status quo, o que, naturalmente, conflituará com os interesses instalados. E não serão de pouca monta como é fácil de prever.
As soluções terão que assumir a rutura com o passado sem que tal obrigue à política de "terra queimada" muito ao gosto dos que se têm alternado no governo.
O verdadeiro "Acordo de Regime" que se deve exigir é entre os governantes e o Povo Português. Acordo a realizar-se entre as promessas eleitorais e as praticas governativas, "consenso" a estabelecer-se entre as necessidades do país e dos portugueses e a sua satisfação através das políticas implementadas. Este é que é o compromisso necessário para "MUDAR A SÉRIO". E só há uma forma de se concretizar esta mudança: VOTAR CDU.

Chocados quanto baste

Eles prometem, ou ameaçam, os portugueses com choques de todo o tipo, nesta atribulada campanha eleitoral. Um choque fiscal ou um choque de gestão ou um choque tecnológico à nossa escolha, pronto a servir qual "prato surpresa" que só depois de servido é que se sabe o que contem. Mesa farta esta. Com tanto choque nas nossas fatídicas estradas sempre me pareceu de mau tom associar tão mirabolantes propostas a tão funestos acontecimentos rodoviários. Mas os proponentes talvez tenham razão com a metáfora: afinal não resulta tudo em danos, muitas vezes irrecuperáveis pessoais e materiais ?
A metáfora alerta-nos para o perigo.
Por mim dispensava bem choques deste tipo.
Concordo com quem propõe antes um choque eleitoral. Um choque ao Ps (minúsculo, claro, porque o socialismo está na gaveta), ao PSD e ao CDS-PP travando esta deriva ultra-liberal em que estes partidos nos colocaram, sempre que estiveram no governo, nestes últimos 30 anos.

O único choque que me convence é o choque eleitoral contra a política destes "cavalheiros", votando numa mudança a sério.

2005-01-07

Este perigoso "caldo de cultura" anti-democrático

Aproveitando o triste espectáculo que a composição das listas de candidatos do PS e do PSD tem oferecido ao País , e na linha do que noutras épocas já ensaiaram, os inimigos da democracia, invocando a degradação do sistema político, clamam por alterações.

Dificilmente escondendo a sua vontade de transformar a representação proporcional , actualmente em vigor, numa bipolarização entre os dois actuais maiores partidos, como resultado das suas propostas, se por acaso vingassem, procuram que as suas ideias façam o seu caminho, tirando partido do descontentamento que a actuação desses mesmos partidos enquanto governo têm provocado, e insistem no tema.

A altura parece-lhes propícia para ganhar boleia a reboque da revisão constitucional que o referendo da Constituição Europeia inpõe. E as recentes intervenções do Presidente só ajudam a que ganhem força estas estratégias redutoras da democracia representativa.

O distanciamento entre eleitores e eleitos, esse outro tema recorrente na vida política portuguesa, também serve para reforçar aquela estratégia. Subtilmente associado à ideia de que os bons , porque não aceitam ganhar pouco não aceitam ser políticos, e os que aceitam o fazem por serem medíocres. Cavaco Silva chega mesmo a teorizar sobre os bons que devem expulsar os maus políticos.

A comunicação social faz o seu papel de amplificador fiel destas ideias, contribuindo para que políticos e deputados sejam todos metidos no mesmo "saco".

Perigosos caminhos trilha a nossa democracia. Perigoso este caldo de cultura anti-democrática .

O Feiticeiro do "RATO" ou as Socráticas magias

Depois das notícias de ontem do Banco de Portugal - estranha sincronização de tempos - Sócrates vem prometer aos portugueses que em quatro anos resolve o problema do deficit, diminui o desemprego, acelera a economia, aguenta o pacto de estabilidade, ou seja, consegue "tudo e mais um par de botas". Milagre. A única coisa que ele não diz é como o vai fazer. Bruxarias. Um socialista - o governador - pinta um cenário bem negro, o outro socialista - putativo primeiro-ministro - acena com o paraíso daqui a quatro anos. Miragens. Aquilo a que esta gente chama sociedade civil, a deles naturalmente, tão agitada no passado, cala-se agora. Imagino o frenesim nos corredores do futuro poder. O tempo agora é de assegurar lugares, garantir benesses, cobrar favores.

2005-01-04

Alegre fuga

Da Socrática incineração se "basou" Alegre para longes terras. Mas não tão longe que não lhe fosse dado por brinde a mesma dose de experimentada deputação. Entalado entre Gama e a tralha de outros tempos assim se vão os sonhos esfumando. Numa Vital indignação, em soberba manobra de diversão, de Coimbra vem o sobressalto sobre a dita Seabra. Importação? E a prata da casa ? Da casa dos outros se ocupando, talvez julgando tapar com a peneira o que na sua própria casa se passa.

Declinação no Mundo dos círculos "virtuosos"

Blogar

Eu cito-te
Tu criticas-me
Ele excita-se

Nós Louvamos-te
Vós agradeceis-nos
Eles ignoram-se

Eu ignoro-o
Tu agradeces-lhes
Ele louva-te

Nós criticamos-te
Vós discordais
Eles citam-se

O peixe , a mota e a ignorância

Acto um

A senhora de unhas substancialmente aumentadas perguntou, esticando o seu dedo cuidadosamente polido : Olhe! Que peixe é este ?
Responde a dona da banca : Marmota, minha senhora. Fresquinha.
A senhora : Ai! Credo ! Estou farta de ouvir falar em desgraças !!
A vendedora : Oh! Querida , olhe que é bom peixe. E fresquinho. Leve à confiança!
A senhora, lembrando-se das desgraças : Nem pensar. Estou farta.

Acto dois

Cabelos empastados de gel, espetados como antenas viradas às estrelas, óculos escuros para um Inverno soalheiro, o rapaz pergunta ao amigo: Oh pá! Isto de maremoto anda em terra ou no mar ?
Responde o outro: Sei lá. Nem sei sequer qual é a cilindrada.

Acto três

O professor, catedrático, pois claro, apressa-se a enviar uma mensagem ao colega, bloguista convicto : " Tsunami ? Tsunami ? Maremoto é que é."
O outro acreditou e transcreveu. Coitado.

Qual será o epicentro da ignorância? Se o epicentro em terra dá terramoto, e no mar , maremoto, na ignorância dará o quê? Ignomoto ou epitância ?
Um Tsunami é o resultado do trabalho destes inteligentes, quando deixam brotar livremente as suas ideias. Muita água . Muita água.




2005-01-03

A "mensagem" e a alergia

Neste final de 2004, início de 2005, sempre que num canal de televisão apresentavam o Presidente e a sua mensagem optei por mudar de canal. O mesmo fiz sempre que os noticiários se referiram ao acto.
A alergia às ideias do homem foi mais forte que a curiosidade política.
Pelos jornais vou sabendo que não se referiu à recente tragédia do Sudeste da Ásia. Se foi assim, registe-se a curiosa coincidência com a atitude de Bush e Blair sobre a mesma questão. Ambos falaram tarde e reticentemente e, nos seus países, estão a ser duramente criticados. Bush recorreu à pressa ao pai e ao antecessor para fazerem um apelo conjunto e salvarem a imagem de indiferença com que marcaram as suas atitudes. Blair aparecerá também em pública iniciativa de retoque de imagem.
Por cá o embaixador português fez-se desentendido, o ministro gaguejou e o primeiro-ministro flauteou. O Presidente assobiou para o lado. Baixinho. O regular funcionamento das instituições no seu melhor .
Sampaio preferiu concentrar-se na defesa de um acordo de regime para uso interno e benefício político do "centrão" . Uma verdadeira tábua de salvação para a desgraça que tem constituido as sucessivas políticas levadas a cabo pelo PS e PSD ao longo dos últimos 28 anos.
Um acordo de regime nas circunstâncias actuais implica necessáriamente um acordo entre o PS e o PSD. Os principais responsáveis pela situação em que o País se encontra são incentivados, agora, a unirem esforços e a prolongar o mal que têm feito ao País. Um acordo pressupõe uma base comum. Ora o que as políticas do PS e do PSD têm em comum, como o passado abundantemente demonstra, é o pior para Portugal e os Portugueses. Porque o que se passa na educação, na justiça, na saúde, no regime fiscal etc... é resultado das políticas que em alternância PS e PSD aplicaram ao País nestas últimas três décadas. A ideia é apoiada por Mário Soares. Percebe-se que querem salvar a face, do desastre que tem representado para o País a social-democracia, esta forma híbrida de capitalismo e hipocrisia social que renasce vezes sem conta, sempre aparentando ser coisa nova.
Novas palavras a revestirem velhas ideias para manter tudo na mesma.
Estas ideias provocam-me cada vez mais alergia e repugnância.
A desonestidade intelectual tem um preço e a história há-de forçar ao seu pagamento integral .
A alternativa é uma política de ruptura com o passado.
Romper com o compadrio, a desonestidade, a cunha, o amiguismo, as desigualdades, a indiferença , a política de favorecimento, a injustiça etc... representa um grande desafio mas é urgente, necessário e inadiável.

2004-12-31

O difícil regresso

Este ritual das festas está a tornar-se penoso.

"Fingem-se os modos, fingem-se as virtudes
O mundo é todo feito de fingimentos
e talvez também se simule por desdarte
fingir que não se finge em toda a parte
."

E assim se vai arrastando o triste ritual de mais um fim do ano.

As desigualdades, as injustiças, a opressão, a fome, a miséria, a doença, o abandono, estas e outras humilhações humanas servidas em super transmissões àvidas de audiência - esse critério absoluto e inquestionável dos tristes métodos dos meios de comunicação social a que vamos tendo direito - que quase ninguém questiona como se fossem todas e cada uma inevitáveis.

Inevitável, verdadeiramente, é a luta contra este estado de coisas até que um outro mundo seja possível.

E continua já amanhã, em 2005. Com todos os que acreditam na solidariedade, na justiça social, na democracia política, económica, cultural e social. Vamos a isto.

E traz outro amigo também...




2004-12-16

VOLTEI !!!???

A inspiração do título devo-a ao Viva Espanha. Poupa-se no discurso e não se tem que explicar a ausência prolongada. Mas tenho que confessar que estive indeciso quanto ao retorno. Um post prometido transformou-se num argumento incontornável. Então ... voltei.
No último post arengava : Apesar do Santana, do Salvado, do Sampaio, do Procurador, do custo de vida, do desemprego, das cassetes gravadas, das cassetes roubadas, do jornalista sem ética, do jornalismo sem classe, do Sócrates gémeo do Santana, dos acordos de regime, do centrismo cinzento e estupidificante, da quadratura do circulo que se ficou pelo triangulo, da oposição ao Sócrates para inglês ver, da falta de transparência desta porra toda. Apesar de tudo isto façam o favor de ser felizes, se não fôr de outra forma, pelo menos lutando contra este "estado das coisas".
Um outro mundo é possível.

Entretanto o desafio ganhou nova côr : Lutar contra este "estado das coisas" é escolher uma alternativa que não seja uma alternância. Vamos a isto.

2004-08-14

É HOJE

É HOJE...FFFFFF....ÉÉÉÉÉ....RRRRR....IIIIII.....AAAAA......SSSSS.
Vou ali e já volto. Em Setembro.
Bloguem muito e façam o favor de ser felizes.
Apesar do Santana, do Salvado, do Sampaio, do Procurador, do custo de vida, do desemprego, das cassetes gravadas, das cassetes roubadas, do jornalista sem ética, do jornalismo sem classe, do Sócrates gémeo do Santana, dos acordos de regime, do centrismo cinzento e estupidificante, da quadratura do circulo que se ficou pelo triangulo, da oposição ao Sócrates para inglês ver, da falta de transparência desta porra toda. Apesar de tudo isto façam o favor de ser felizes, se não fôr de outra forma, pelo menos lutando contra este "estado das coisas".
Um outro mundo é possível.

2004-08-07

Estes 4 posts têm destinatário

Parabens Miguel. E VivaEspanha !

Um dia será

Um dia será. Como sempre prometemos e nunca dissemos, como devíamos. Nasceste em Sintra. Tenho a certeza. E ele na Arrábida. Absoluta. As serras atraem-me. Mas não foi só a mim . Que importância terá isso agora? Alguma terá. Bom, porque razão haveria de estar a escrever se não considerasse importante? Mas não é das serras que quero falar agora. É da vida e dos caminhos que percorremos. Tenho que confessar que tenho saudades dos passos que não demos juntos. A natureza tem horror ao vazio e eu daquela ausência forçada. Tu nem sabes como fico feliz por saber que tiveste uma infância de verdadeiro luxo emocional. Não é culpa, sabes. Mas talvez houvesse uma outra maneira de fazer as coisas. Não, não estou a olhar para trás. É do futuro que falo. Porque sei que é assim que gostarás de seguir o teu caminho. Se na natureza nada se perde, tudo se transforma, então temos que encarar o futuro como o nosso passado em transformação. Em cada dia. Plenamente. Sem mágoas, nem ressentimentos. Porque pode ter havido alguma coisa por esclarecer. Não só nas ausências mas também nas presenças algumas vezes fugidias. Naquele tempo o mundo girava a uma velocidade vertiginosa e nós não sabíamos. Na equação desse espaço e desse tempo não houve margem para muito mais. Quando dizes no que te revês eu acabo por achar que valeu a pena. Apesar da dor, a verdade. Singela. E se porventura te escapou alguma coisa nessa infância, que saibamos reencontra-la agora renascida. Porque haverás de explicar isso a outra geração. Um dia será, como devíamos.

A anestesia

Preparavas-te para uma operação às amígdalas. Explicaram-te tudo ao pormenor mais ínfimo. E tu retiveste tudo com grande atenção. Artes e paciência de mãe. Entraste para a sala bem calmo e, quando voltaste da anestesia exclamaste : mas afinal a bata não era verde! ( Confesso que não estou certo da cor.) Um homem não é de ferro. Quem devia chorar eras tu. Nem uma queixa, nem um grito, apenas o registo de uma cor de bata. O pior é que me parece que te vingaste nos gelados. As histórias contadas por uma mãe valem mais que todos os anestésicos do mundo. Também à alma..

Um certo jeito

Sempre tiveste uma forma bem indirecta de pedir um brinquedo. Perguntavas se era caro. A bateria que conseguiste dos avós de Lisboa ia dando cabo da paciência aos vizinhos. As bicicletas iam dando cabo dos avós. Sobe e desce, procurando caminhos. Até que vi um dia essa coisa extraordinária de uma avó de sessenta anos jogando a bola, fazendo fintas e golos e chegando mesmo a colocar-se na baliza para defender os penalties que querias marcar. O júnior seguiu-te as pisadas. Sempre tiveste jeito para levares a tua avante. Nem sei a quem sais assim.. A genética não é para aqui chamada.

28 anos

Íamos os três. Tu ainda aconchegado na barriga da mãe. Eu guiando com imenso cuidado fugindo de todos os grãos de areia para o carro não baloiçar demais. De cem em cem metros parávamos para respirarmos, todos, à cão. Tínhamos recebido lições sobre a técnica de o fazer bem. Às vezes também me apeteceu ladrar, outras uivar, mas não foi da técnica. À tua mãe também apeteceu. Não sei o que é que te passava pela cabeça naquela altura, mas devias estar a gozar com a cena. Na clínica a história continuou. Na noite anterior, em casa dos tios, passámos pelo mesmo. A certa altura foi necessário ir a casa buscar uma outra mala. Fui bem depressa e voltei. A ideia era assistir. Quando chegou a hora lá te resolveste. Que tripa ! Tanto esforço para isto? Para a mãe foi um alívio. Choraste pouco e adormeceste. Desde pequenino. Telefonei aos avós do Porto e de Lisboa e fui para casa. Dormi até que a família começou à minha procura no dia seguinte, ia a tarde avançada. A genética não é para aqui chamada.

2004-08-03

5 dias e 5 noites

Trabalho e mais trabalho. Nestes 5 dias só deu para umas navegações apressadas. Talvez ainda hoje consiga editar umas "coisas" que entretanto fui escrevendo longe do Blog. E não me esqueci do que prometi, num comentário que fiz noutro blog. Entendes ? Entretanto na minha cabeça duas palavras vão martelando com insistência: FÉRIAS, JÁ! Mas faltam ainda 10 dias. Que eternidade!